Em que pese o caráter realista de nossa leitura do mundo, este livro e a experiência cineclubista da qual ele decorre, iniciada com a pandemia, não é cética e nem pessimista. Na diversidade existente entre os autores (e entre seus os ensaios) muitos elementos em comum os unem, dentre esses, o do reconhecimento da radical historicidade da vida social e da possibilidade concretamente existente para edificação de uma sociedade emancipada. Dessa maneira, para além do desenvolvimento da nossa sensibilidade estética, para além de ampliar nosso acesso ao patrimônio social fílmico, para além de criar condições de suportabilidade para enfrentamento da pandemia, para além de estimular vínculos afetivos etc., nossos debates em torno dos filmes assistidos e discutidos ao longo de mais de três anos, têm como fim orientador refletir a humanidade, na direção da superação da ordem social vigente. Não por outra razão o cineclube quarentena continua operante em suas atividades.